Eu gosto de escrever poemas e jogar ao mar.
Quem sabe alguém irá encontrar e recitar há alguém com o poder de amar e fazer-se amado.
Um poder que apesar dos poemas cheios de palavras bonitas eu não possuo.
Algo tão simples e tão complicado.
Simples porque basta ser você mesmo, complicado porque poucos são os que conseguem ser eles próprios.
Mas bem eu estava contando sobre os poemas.
É incrível ver a combinação do mar perfeito, com os meus poemas imperfeitos dentro de uma garrafa velha.
O mar na sua sincronia linda levando sem pressa a garrafa velha.
Pergunto-me quantas delas chegaram a um destino certo, e se algumas nem chegaram há um destino.
Qual a possibilidade dela ter chegado à mão de alguém que se dispôs a ler minha letra não tão legível.
Se esse alguém chorou lembrando de alguém ou apenas riu achando aquilo uma loucura.
Será que guardou esperando que um dia possa entregar a alguém que faça seu coração bater de forma diferente.
Ou somente jogou fora.
E se chegou a guardar será que entregará ao seu primeiro "amor" desperdiçando meu poema com uma paixão alimentada de ilusão.
Ou acertará entregando a um amor que irá durar por toda a eternidade.
Não sei, é difícil saber,assim como é difícil saber se um dia vou parar de jogar poemas ao mar e irei recitá-los a alguém ou se vou passar a vida deixando que o mar leve com ele todas as palavras que desejaram serem ditas, mas nunca foram apenas calaram-se no silêncio de um amor nunca encontrado.
Rubya.